Tânia Nonato da Rocha
Graduanda de Pedagogia da Universidade Federal da Bahia
teba_rocha@yahoo.com.br
INTRODUÇÃO
As Histórias em quadrinhos são formadas por seqüências e quadros que utilizam dois signos gráficos – imagem e a linguagem escrita, conjugando dois tipos de arte, literatura e desenho.
Pode se considerar que as histórias em quadrinhos estão presentes na humanidade desde os primórdios, pois utilizam essencialmente a imagem gráfica. Os homens primitivos registravam elementos de comunicação para seus contemporâneos. A comunicação era feita através dos desenhos, das imagens. A invenção do alfabeto fonético fez com que a comunicação por imagem tivesse menor importância na comunicação entre os homens, mas não a fez desaparecer completamente, pois o acesso à palavra escrita ocorreu de forma paulatina, atingindo inicialmente apenas as parcelas mais privilegiadas da população.
A evolução da indústria tipográfica e o surgimento de grandes cadeias jornalísticas criaram condições necessárias para o aparecimento e florescimento das histórias em quadrinhos como meio de comunicação de massa. Segundo VERGUEIRO (2005, p. 10), o marco deste avanço foi no século XIX, nos Estados Unidos, quando os quadrinhos foram apresentados nos jornais dominicais americanos com desenhos satíricos e personagens caricaturais, dirigidos às populações de migrantes. As histórias em quadrinhos foram evoluindo ao longo dos séculos, os desenhos se aproximaram de uma representação mais fiel de pessoas e objetos, ampliando o seu reconhecimento junto ao púbico. O surgimento de novos gêneros, como o terror e o suspense, somados a sua representação realista, fez crescer a popularidade das historias em quadrinhos entre os adolescentes.
Tamanho sucesso acarretou uma série de desconfianças em relação aos quadrinhos, sendo apontados como má influência aos jovens leitores, podendo causar distúrbios comportamentais. Conforme VERGUEIRO (2005, p. 12) as histórias em quadrinhos foram acusadas de provocar vários males, o que tornou a sua circulação difícil.
Alguns países, juntamente com editoras, criaram selos e códigos de segurança, garantindo que o conteúdo das histórias não iriam comprometer o desenvolvimento intelectual das crianças, mas tal medida não foi suficiente para acabar com a difamação contra as histórias em quadrinhos. Como ressalta VERGUEIRO (2005, p. 16) as histórias em quadrinhos foram acusadas de afastar as crianças de objetivos mais nobres como o conhecimento do mundo dos livros e o estudo de assuntos sérios, de causar prejuízo ao rendimento escolar, pois poderia enfraquecer o raciocínio lógico, trazer dificuldade para apreensão de idéias abstratas e, de que o mergulho em um ambiente imaginativo era prejudicial ao relacionamento social e afetivo dos alunos.
Atualmente sabe-se que o leitor de histórias em quadrinhos não sai pior, ou melhor, na escola em virtude de sua preferência de leitura, nem lê mais ou menos livros sérios do que aqueles que não consomem quadrinhos, e nem são indivíduos deslocados da sociedade. (ANSELMO 1975, apud VERGUEIRO 2005, p. 5)
Para VERGUEIRO (2005, p. 16-17) foi com o desenvolvimento das ciências da comunicação e dos estudos culturais que os meios de comunicação passaram a ser vistos de forma menos apocalíptica e foi neste contexto que as histórias em quadrinhos passaram a ter mais status, recebendo mais atenção das elites, passando a ser aceitas como elemento de destaque do sistema de comunicação global, e como uma forma de manifestação artística com características próprias. Isto favoreceu a aproximação das histórias em quadrinhos das práticas pedagógicas.
A LEITURA DE HISTÓRIA EM QUADRINHOS
As histórias em quadrinhos estão inseridas nos meios de comunicação de massa e sua produção tem crescido significativamente nas últimas décadas. Por serem compostas de imagem e apresentar uma linguagem literária de fácil compreensão, muitas vezes próxima à fala, elas se tornaram objeto de interesse de diversas faixas etárias.
Ainda que como divertimento, as histórias em quadrinhos não deixam de levar o leitor a adquirir informação, pois elas são repletas de conhecimento e apresentam um modo de pensar, de se comportar, uma ideologia. Também podem desenvolver o raciocínio e a criatividade do aluno, levando-o a fazer uma articulação entre a linguagem escrita e a representação da imagem, uma complementando a outra.
a configuração geral da revista em quadrinhos apresenta uma sobreposição de palavra e imagem, e, assim, é preciso que o leitor exerça as suas habilidades interpretativas visuais e verbais. As regências da arte (por exemplo, perspectiva, simetria pincelada) e as regências da literatura (por exemplo, gramática, enredo, sintaxe) superpõem-se simultaneamente. A leitura da revista de quadrinhos é um ato de percepção estética e de esforço intelectual. (EISNER, 2001, p. 8)
A leitura da história em quadrinhos apenas como divertimento não deve ser desvalorizada, pois mesmo sendo utilizada como diversão ela exige que o leitor desenvolva o raciocínio e imaginação. Além do mais, seu conteúdo pode ser aproveitado como objeto de análises e críticas por professores e discentes sobre os mais diversos temas.
A LEITURA E A PRODUÇÃO DAS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS COMO FONTE DE INFORMAÇÃO
A proliferação dos quadrinhos enquanto veículo de comunicação de massa e a sua aceitação no campo pedagógico fizeram aumentar o volume de sua produção. Hoje existem lendas, mitos, história do Brasil, conteúdos científicos, os mais variados temas abordados através desta linguagem, ampliando cada vez mais a utilização deste recurso como veículo de informação.
Existe um alto nível de informação nos quadrinhos – as revistas de histórias em quadrinhos versam sobre os mais variados temas, sendo facilmente aplicáveis em qualquer área. Cada gênero, mesmo o mais comum (como o de super-heróis, por exemplo), ou cada história em quadrinhos oferece um variado leque de informações possíveis de serem discutidas em sala de aula [...]. Elas podem ser utilizadas tanto como reforço a pontos específicos do programa como para propiciar exemplos de aplicações dos conceitos teóricos desenvolvidos em aula. Histórias de ficção cientifica, por exemplo, possibilitam as mais variadas informações no campo da física, tecnologia, engenharia, arquitetura, química, etc., que são muito mais facilmente assimiláveis quando na linguagem das histórias em quadrinhos. (VERGUEIRO, 2005, p. 22)
Atualmente, longe de servir apenas como divertimento, as histórias em quadrinhos são utilizadas como ótimo recurso pedagógico para trabalhar conteúdos específicos. “As histórias em quadrinhos também passaram a ser utilizadas em sala de aula e ganharam espaço em muitos livros didáticos” (VERGUEIRO, 2005, p. 65).
Segundo VERGUEIRO (2005, p. 65) as histórias em quadrinhos funcionam como um ótimo recurso no ensino de língua portuguesa e, se bem trabalhadas, propõem aos alunos um maior debate e aprofundamento do conteúdo abordado na aula. Podem ser abordadas questões de variação lingüística, preconceito lingüístico, a fala e a escrita como modalidades lingüísticas complementares, aspectos da oralidade.
Os quadrinhos podem ser utilizados ainda em aulas de geografia, história e artes contribuindo de forma bastante significativa em cada uma destas disciplinas. Para o ensino de geografia e história existem exemplares que abordam informações específicas a serem trabalhadas pelos professores dentro do conteúdo programático da escola.
No ensino das artes, as histórias em quadrinhos, segundo Vergueiro (2005, p. 131-149) podem ser um ótimo recurso, visto que todos os principais conceitos das artes plásticas estão embutidos nas páginas de uma história em quadrinhos. Assim, o educador pode mostrar ao aluno de forma divertida e prazerosa, a perspectiva, anatomia, luz, sombra, geometria, cores e composição.
Alunos e professores podem ir além da apreciação e da análise dos conteúdos das histórias em quadrinhos e produzirem também alguns exemplares. As histórias em quadrinhos podem ser produzidas por alunos e professores nos diversos níveis de escolaridade. Crianças em processo de alfabetização, por exemplo, que utilizam da linguagem pictórica, primeira linguagem desenvolvida como forma de comunicação, antes do desenvolvimento da escrita, e pouco da escrita alfabética, a qual elas têm pouco domínio, encontrarão na produção das histórias em quadrinhos um excelente meio de desenvolver-se no processo de elaboração da escrita, pois as histórias em quadrinhos utilizam muitas vezes uma linguagem próxima da fala, assim como os alunos a fazem no processo de alfabetização. O professor pode ler um conto ou um mito e sugerir que as crianças adaptem para a linguagem dos quadrinhos. Desta forma, a produção de histórias em quadrinhos pode favorecer a criatividade, a autoria, as técnicas de desenho, a linguagem, o raciocínio lógico.
Sucessivamente, este tipo de trabalho pode ser realizado nos níveis posteriores, trazendo novos desafios, novas temáticas para a produção, podendo explorar melhor a linguagem própria das histórias em quadrinhos, a depender do conhecimento e das possibilidades de trabalho dos alunos.
CONCLUSÃO
As histórias em quadrinhos, que representam um objeto de grande interesse nas diferentes faixas etárias, além de servir como entretenimento, podem ser utilizadas com finalidades pedagógicas nas mais variadas disciplinas, a depender da criatividade e do planejamento do professor. Se bem utilizadas, elas podem tornar a aprendizagem mais lúdica, critica e interativa. Mas é preciso que o professor não se prenda somente a elas para tornar a sua aula atraente para os alunos. Também é essencial que o professor tenha conhecimento a respeito da estrutura das histórias em quadrinhos para que possa dialogar com os alunos e explorar todas as suas possibilidades de trabalho.
Neste contexto a produção de histórias em quadrinhos pelos alunos apresenta-se como uma atividade significativa que possibilita o desenvolvimento de diversas habilidades como a criatividade, o raciocínio, o desenvolvimento da linguagem escrita, e da linguagem pictórica, muitas vezes suprimida pela linguagem alfabética, mas também de grande importância comunicativa.
REFERÊNCIAS
EISNER, Will. Quadrinhos e arte seqüencial. (Tradução Luiz Borges). 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001. 154 p.
RAMA, Ângela; VERGUEIRO, Valdomiro (orgs). Como usar as histórias em quadrinhos na sala de aula. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2005. 155 p.
VERGUEIRO, Waldomiro. Histórias em quadrinhos e serviço de informação: um relacionamento em fase de definição. DataGramaZero - Revista de Ciência da Informação, v. 6, n. 2, abr. 2005. Disponível em: http://diciibicit.Br/archive00000357. Acesso em 13 de jun. 2008.
Graduanda de Pedagogia da Universidade Federal da Bahia
teba_rocha@yahoo.com.br
INTRODUÇÃO
As Histórias em quadrinhos são formadas por seqüências e quadros que utilizam dois signos gráficos – imagem e a linguagem escrita, conjugando dois tipos de arte, literatura e desenho.
Pode se considerar que as histórias em quadrinhos estão presentes na humanidade desde os primórdios, pois utilizam essencialmente a imagem gráfica. Os homens primitivos registravam elementos de comunicação para seus contemporâneos. A comunicação era feita através dos desenhos, das imagens. A invenção do alfabeto fonético fez com que a comunicação por imagem tivesse menor importância na comunicação entre os homens, mas não a fez desaparecer completamente, pois o acesso à palavra escrita ocorreu de forma paulatina, atingindo inicialmente apenas as parcelas mais privilegiadas da população.
A evolução da indústria tipográfica e o surgimento de grandes cadeias jornalísticas criaram condições necessárias para o aparecimento e florescimento das histórias em quadrinhos como meio de comunicação de massa. Segundo VERGUEIRO (2005, p. 10), o marco deste avanço foi no século XIX, nos Estados Unidos, quando os quadrinhos foram apresentados nos jornais dominicais americanos com desenhos satíricos e personagens caricaturais, dirigidos às populações de migrantes. As histórias em quadrinhos foram evoluindo ao longo dos séculos, os desenhos se aproximaram de uma representação mais fiel de pessoas e objetos, ampliando o seu reconhecimento junto ao púbico. O surgimento de novos gêneros, como o terror e o suspense, somados a sua representação realista, fez crescer a popularidade das historias em quadrinhos entre os adolescentes.
Tamanho sucesso acarretou uma série de desconfianças em relação aos quadrinhos, sendo apontados como má influência aos jovens leitores, podendo causar distúrbios comportamentais. Conforme VERGUEIRO (2005, p. 12) as histórias em quadrinhos foram acusadas de provocar vários males, o que tornou a sua circulação difícil.
Alguns países, juntamente com editoras, criaram selos e códigos de segurança, garantindo que o conteúdo das histórias não iriam comprometer o desenvolvimento intelectual das crianças, mas tal medida não foi suficiente para acabar com a difamação contra as histórias em quadrinhos. Como ressalta VERGUEIRO (2005, p. 16) as histórias em quadrinhos foram acusadas de afastar as crianças de objetivos mais nobres como o conhecimento do mundo dos livros e o estudo de assuntos sérios, de causar prejuízo ao rendimento escolar, pois poderia enfraquecer o raciocínio lógico, trazer dificuldade para apreensão de idéias abstratas e, de que o mergulho em um ambiente imaginativo era prejudicial ao relacionamento social e afetivo dos alunos.
Atualmente sabe-se que o leitor de histórias em quadrinhos não sai pior, ou melhor, na escola em virtude de sua preferência de leitura, nem lê mais ou menos livros sérios do que aqueles que não consomem quadrinhos, e nem são indivíduos deslocados da sociedade. (ANSELMO 1975, apud VERGUEIRO 2005, p. 5)
Para VERGUEIRO (2005, p. 16-17) foi com o desenvolvimento das ciências da comunicação e dos estudos culturais que os meios de comunicação passaram a ser vistos de forma menos apocalíptica e foi neste contexto que as histórias em quadrinhos passaram a ter mais status, recebendo mais atenção das elites, passando a ser aceitas como elemento de destaque do sistema de comunicação global, e como uma forma de manifestação artística com características próprias. Isto favoreceu a aproximação das histórias em quadrinhos das práticas pedagógicas.
A LEITURA DE HISTÓRIA EM QUADRINHOS
As histórias em quadrinhos estão inseridas nos meios de comunicação de massa e sua produção tem crescido significativamente nas últimas décadas. Por serem compostas de imagem e apresentar uma linguagem literária de fácil compreensão, muitas vezes próxima à fala, elas se tornaram objeto de interesse de diversas faixas etárias.
Ainda que como divertimento, as histórias em quadrinhos não deixam de levar o leitor a adquirir informação, pois elas são repletas de conhecimento e apresentam um modo de pensar, de se comportar, uma ideologia. Também podem desenvolver o raciocínio e a criatividade do aluno, levando-o a fazer uma articulação entre a linguagem escrita e a representação da imagem, uma complementando a outra.
a configuração geral da revista em quadrinhos apresenta uma sobreposição de palavra e imagem, e, assim, é preciso que o leitor exerça as suas habilidades interpretativas visuais e verbais. As regências da arte (por exemplo, perspectiva, simetria pincelada) e as regências da literatura (por exemplo, gramática, enredo, sintaxe) superpõem-se simultaneamente. A leitura da revista de quadrinhos é um ato de percepção estética e de esforço intelectual. (EISNER, 2001, p. 8)
A leitura da história em quadrinhos apenas como divertimento não deve ser desvalorizada, pois mesmo sendo utilizada como diversão ela exige que o leitor desenvolva o raciocínio e imaginação. Além do mais, seu conteúdo pode ser aproveitado como objeto de análises e críticas por professores e discentes sobre os mais diversos temas.
A LEITURA E A PRODUÇÃO DAS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS COMO FONTE DE INFORMAÇÃO
A proliferação dos quadrinhos enquanto veículo de comunicação de massa e a sua aceitação no campo pedagógico fizeram aumentar o volume de sua produção. Hoje existem lendas, mitos, história do Brasil, conteúdos científicos, os mais variados temas abordados através desta linguagem, ampliando cada vez mais a utilização deste recurso como veículo de informação.
Existe um alto nível de informação nos quadrinhos – as revistas de histórias em quadrinhos versam sobre os mais variados temas, sendo facilmente aplicáveis em qualquer área. Cada gênero, mesmo o mais comum (como o de super-heróis, por exemplo), ou cada história em quadrinhos oferece um variado leque de informações possíveis de serem discutidas em sala de aula [...]. Elas podem ser utilizadas tanto como reforço a pontos específicos do programa como para propiciar exemplos de aplicações dos conceitos teóricos desenvolvidos em aula. Histórias de ficção cientifica, por exemplo, possibilitam as mais variadas informações no campo da física, tecnologia, engenharia, arquitetura, química, etc., que são muito mais facilmente assimiláveis quando na linguagem das histórias em quadrinhos. (VERGUEIRO, 2005, p. 22)
Atualmente, longe de servir apenas como divertimento, as histórias em quadrinhos são utilizadas como ótimo recurso pedagógico para trabalhar conteúdos específicos. “As histórias em quadrinhos também passaram a ser utilizadas em sala de aula e ganharam espaço em muitos livros didáticos” (VERGUEIRO, 2005, p. 65).
Segundo VERGUEIRO (2005, p. 65) as histórias em quadrinhos funcionam como um ótimo recurso no ensino de língua portuguesa e, se bem trabalhadas, propõem aos alunos um maior debate e aprofundamento do conteúdo abordado na aula. Podem ser abordadas questões de variação lingüística, preconceito lingüístico, a fala e a escrita como modalidades lingüísticas complementares, aspectos da oralidade.
Os quadrinhos podem ser utilizados ainda em aulas de geografia, história e artes contribuindo de forma bastante significativa em cada uma destas disciplinas. Para o ensino de geografia e história existem exemplares que abordam informações específicas a serem trabalhadas pelos professores dentro do conteúdo programático da escola.
No ensino das artes, as histórias em quadrinhos, segundo Vergueiro (2005, p. 131-149) podem ser um ótimo recurso, visto que todos os principais conceitos das artes plásticas estão embutidos nas páginas de uma história em quadrinhos. Assim, o educador pode mostrar ao aluno de forma divertida e prazerosa, a perspectiva, anatomia, luz, sombra, geometria, cores e composição.
Alunos e professores podem ir além da apreciação e da análise dos conteúdos das histórias em quadrinhos e produzirem também alguns exemplares. As histórias em quadrinhos podem ser produzidas por alunos e professores nos diversos níveis de escolaridade. Crianças em processo de alfabetização, por exemplo, que utilizam da linguagem pictórica, primeira linguagem desenvolvida como forma de comunicação, antes do desenvolvimento da escrita, e pouco da escrita alfabética, a qual elas têm pouco domínio, encontrarão na produção das histórias em quadrinhos um excelente meio de desenvolver-se no processo de elaboração da escrita, pois as histórias em quadrinhos utilizam muitas vezes uma linguagem próxima da fala, assim como os alunos a fazem no processo de alfabetização. O professor pode ler um conto ou um mito e sugerir que as crianças adaptem para a linguagem dos quadrinhos. Desta forma, a produção de histórias em quadrinhos pode favorecer a criatividade, a autoria, as técnicas de desenho, a linguagem, o raciocínio lógico.
Sucessivamente, este tipo de trabalho pode ser realizado nos níveis posteriores, trazendo novos desafios, novas temáticas para a produção, podendo explorar melhor a linguagem própria das histórias em quadrinhos, a depender do conhecimento e das possibilidades de trabalho dos alunos.
CONCLUSÃO
As histórias em quadrinhos, que representam um objeto de grande interesse nas diferentes faixas etárias, além de servir como entretenimento, podem ser utilizadas com finalidades pedagógicas nas mais variadas disciplinas, a depender da criatividade e do planejamento do professor. Se bem utilizadas, elas podem tornar a aprendizagem mais lúdica, critica e interativa. Mas é preciso que o professor não se prenda somente a elas para tornar a sua aula atraente para os alunos. Também é essencial que o professor tenha conhecimento a respeito da estrutura das histórias em quadrinhos para que possa dialogar com os alunos e explorar todas as suas possibilidades de trabalho.
Neste contexto a produção de histórias em quadrinhos pelos alunos apresenta-se como uma atividade significativa que possibilita o desenvolvimento de diversas habilidades como a criatividade, o raciocínio, o desenvolvimento da linguagem escrita, e da linguagem pictórica, muitas vezes suprimida pela linguagem alfabética, mas também de grande importância comunicativa.
REFERÊNCIAS
EISNER, Will. Quadrinhos e arte seqüencial. (Tradução Luiz Borges). 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001. 154 p.
RAMA, Ângela; VERGUEIRO, Valdomiro (orgs). Como usar as histórias em quadrinhos na sala de aula. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2005. 155 p.
VERGUEIRO, Waldomiro. Histórias em quadrinhos e serviço de informação: um relacionamento em fase de definição. DataGramaZero - Revista de Ciência da Informação, v. 6, n. 2, abr. 2005. Disponível em: http://diciibicit.Br/archive00000357. Acesso em 13 de jun. 2008.
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